Chegou a NEWS #33 DO COMIDA! Vem conferir a nossa curadoria de conteúdos sobre sistemas alimentares, dicas de conteúdos e uma receita especial com bacuri
Na terceira edição de 2024 trazemos nossa curadoria especial de conteúdos sobre o universo dos sistemas alimentares e um compilado das nossas atividades referente ao mês de março. Boa leitura! 🌱
📰 O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
COMIDA E CIDADE
O novo relatório The Economics of the Food System Transformation é um relatório de políticas globais baseado em um extenso conjunto de documentos encomendados ou produzidos pelo Secretariado da Comissão de Economia dos Sistemas Alimentares. O documento afirma que uma transformação dos sistemas alimentares é urgentemente necessária, possível, e com enormes benefícios econômicos, e reforça que os custos atuais dos sistemas alimentares são muito maiores do que sua contribuição para a prosperidade global. Os valores apresentados são alarmantes: a transformação dos sistemas alimentares proporcionaria benefícios econômicos equivalentes a pelo menos 5 trilhões de dólares por ano, sendo que os custos estimados para esta transformação estariam na ordem de US$ 200 a 500 bilhões por ano, ou seja, muito baixos em comparação com seus benefícios econômicos.
São apresentadas cinco prioridades amplas que podem orientar as estratégias nacionais de transformação do sistema alimentar: i) Mudança dos padrões de consumo para dietas saudáveis; ii) Redefinição de incentivos: reorientação do apoio governamental à agricultura; iii) Redefinição de incentivos: direcionamento da receita de novos impostos para apoiar a transformação do sistema alimentar; iv) Inovação para aumento da produtividade do trabalho e das oportunidades de subsistência dos trabalhadores, especialmente para os trabalhadores mais vulneráveis nos sistemas alimentares; v) Ampliação das redes de segurança para manter os alimentos acessíveis às populações mais vulneráveis.
Acesse o relatório aqui.
COMIDA E CLIMA
A Iniciativa de Contagem Regressiva de Sistemas Alimentares ( Food Systems Countdown Initiative) tem como objetivo monitorar o estado de transformação dos sistemas alimentares por meio de dados relevantes, independentemente de quaisquer processos de monitoramento estabelecidos. Esse monitoramento pode ajudar a alinhar os tomadores de decisão em torno das principais prioridades, incentivar ações, responsabilizar as partes interessadas, manter o compromisso por meio da demonstração do progresso e permitir correções de rumo. A Iniciativa está produzindo publicações anuais para medir, avaliar e acompanhar o desempenho dos sistemas alimentares globais até 2030 e a conclusão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A Iniciativa publicou no final de 2023 o policy brief The food systems countdown report 2023. Este documento - o primeiro de uma série anual planejada - apresenta os indicadores da Contagem Regressiva que retratam o estado atual dos sistemas alimentares nacionais. Foram identificados 50 indicadores, e os dados foram coletados por todos os estados-membros da ONU em 5 temas: (1) dietas, nutrição e saúde (2) meio ambiente, recursos naturais, produção (3) meios de subsistência, pobreza, equidade (4) governança e (5) resiliência. Buscou-se fornecer um ponto de partida para o trabalho futuro para identificar o que pode ser feito melhor, fornecer ideias de como chegar lá e inspirar as partes interessadas (em particular, os formuladores de políticas) de que o progresso pode e deve ser feito.
Acesse o documento aqui.
COMIDA E CULTURA
No início de 2024 foi lançado o caderno de Bioeconomia indígena: saberes ancestrais e tecnologias sociais, resultado de uma colaboração entre a Uma Concertação pela Amazônia, WRI Brasil e os autores Braulina Baniwa e Francisco Apurinã. O documento reforça a importância da cosmovisão, do bem viver e de conhecimentos, práticas e tecnologias sociais nutridos pela sofisticada oralidade indígena à luz das discussões atuais sobre a economia da floresta em pé.
Além disso, o documento ressalta o compromisso com a valorização da sociobiodiversidade brasileira e com práticas que consideram as especificidades e as complexidades das Amazônias como uma chave à resposta para os desafios da região e do restante do Brasil. Os territórios, a biodiversidade, as relações com humanos e “os mais que humanos”, os alimentos e culturas alimentares, e as transformações ecológicas e climáticas são temas debatidos ao longo do texto.
Acesse aqui a publicação.
Você já se perguntou de onde vem a comida que a gente come?
Na primeira edição nacional do Guia Gastronômico das Quebradas, o “Prato Firmeza 5: um diálogo entre campo e cidade” traça os caminhos que os alimentos fazem desde os produtores locais até chegarem a estabelecimentos periféricos de 10 capitais brasileiras.
Foram mapeadas 40 iniciativas nas seguintes regiões metropolitanas: Manaus e Belém, na região Norte; São Luís, Recife, Maceió e Salvador, na região Nordeste; Cuiabá, na região Centro-Oeste; Rio de Janeiro e São Paulo, na região Sudeste; e Florianópolis, na região Sul. Uma reflexão sobre o sistema alimentar do nosso país regada a muitas dicas de onde comer bem, de maneira saudável e sustentável e a preços justos.
Acesse aqui a publicação.
🤝O QUE ANDAMOS FAZENDO
No dia 12 de março, Juliana Tângari, diretora do Comida do Amanhã, palestrou para o GT Resíduos e Clima do LACLIMA (Latin American Climate Lawyers Initiative for Mobilizing Action) ao lado do Victor Hugo Argentino, do Instituto Pólis, em um encontro com o objetivo de discutir a importância da redução da fração orgânica de resíduos para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa. Juliana levou uma contribuição ao debate com enfoque na redução de resíduos orgânicos (combate ao desperdício e à perda de alimentos), sob a perspectiva ambiental/climática.
Dos dias 19 a 22 de março aconteceu o LUPPA LAB #3, presencialmente em Curitiba, onde representantes de 37 cidades - 32 participantes e 5 mentoras - vivenciaram uma jornada de aprendizados e troca de experiências na agenda da alimentação urbana. O evento foi realizado pelo Instituto Comida do Amanhã em correalização com o ICLEI América do Sul e a Prefeitura de Curitiba, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN).
Durante os 4 dias, os participantes mergulharam em conteúdos que fortalecem suas capacidades para desenvolver políticas públicas de forma participativa, multissetorial e integrada com pensamento sistêmico e alinhadas com os desafios globais e as necessidades e possibilidades locais.
🖊️CONTEÚDOS DO MÊS
Quer saber mais sobre o LUPPA LAB #3? Contamos tudo o que rolou na 3ª edição do LUPPA LAB nos conteúdos deste mês. Pela primeira vez em Curitiba, o evento contou com a presença de gestores de cidades de todo o Brasil para um mergulho em temas e instrumentos que apoiam a transformação da agenda alimentar municipal. Você pode ver como foi a cobertura dos dias do programa pelas redes sociais do Comida do Amanhã.
Para saber detalhes sobre esta edição do LAB, contamos sobre os objetivos do LUPPA #3 e algumas curiosidades sobre os locais escolhidos para abrigar os encontros no texto disponível aqui. As informações gerais sobre a programação do laboratório estão disponíveis neste link.
✍️NOVIDADES DA NOSSA EQUIPE
Temos uma nova integrante na nossa equipe. Andressa Algave é mais nova estagiária de comunicação do Comida do Amanhã. Vem conhecer mais sobre ela!
Andressa é estagiária de Comunicação do Comida do Amanhã, graduanda em Jornalismo na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e colunista do Primeiro Café. Vencedora do prêmio Neusa Maria de Jornalismo e participante da Jornada Galápagos de Jornalismo. Sua comida favorita é Caruru.
🗞️ O QUE ESTAMOS NOTICIANDO?
O índices de obesidade, diabetes tipo 2 e outras doenças crônicas têm crescido de forma alarmante no Brasil. A alimentação tradicional brasileira, o arroz e feijão, vem sendo substituído pelos ultraprocessados, que têm excesso de gordura, açúcar, sal e aditivos químicos, produtos que adoecem e matam pelo menos 57 mil pessoas todos os anos, no Brasil. O peso dos tributos sobre a alimentação impacta o modo como nos alimentamos e por isso mesmo, a reforma tributária deve ser discutida e pensada sob a lente da transformação dos sistemas alimentares.
Pensando nisso, 60 personalidades e organizações se uniram para defender uma reforma tributária saudável, que enfrente a fome com comida de verdade. Nós, do Comida do Amanhã, apoiamos essa iniciativa.
Confira a íntegra do manifesto e a lista completa de pessoas e organizações signatárias aqui.
💡 DICA DO MÊS
Você sabe por que comemos sempre a mesma coisa?
É sobre a falta de diversidade nos sistemas agroalimentares que o professor Ricardo Abramovay falou nesse episódio do podcast Não Ficção.
Assista o episódio aqui
Para debater mais sobre essa pauta de sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis, os pesquisadores da Cátedra Josué de Castro, da Faculdade de Saúde Pública da USP, e do Instituto Comida do Amanhã produziram um policy brief sobre a falta de diversidade nos sistemas agroalimentares, relacionando a monotonia dos hábitos alimentares à monotonia da produção de alimentos, e os efeitos danosos tanto à saúde humana quanto à saúde planetária que esse modelo de sistema alimentar impõe. Leia o documento na íntegra aqui.
🍴RECEITA DO MÊS
Crème brûllée de bacuri
Ingredientes
Bacuri, polpa 240g/ 1 xícara de chá
Açúcar refinado 240g/ 1 xícara de chá
Creme de leite, fresco 800ml/ 3 xícaras de chá
Açúcar cristal 240g/ 1 xícara de chá
Gema 120g/ 8 unidades
Modo de preparo
Misturar as gemas, o açúcar refinado, o bacuri e o creme de leite fresco, até obter um creme homogêneo.
Cozinhar, em fogo brando, sem deixar ferver, até ponto de napê (momento que o creme fica cremoso e denso).
Colocar a mistura em ramequins individuais e cozinhar em banho-maria, por 25 minutos. Esfriar e refrigerar por, no mínimo, quatro horas.
Polvilhar os cremes com o açúcar cristal. Caramelizar com um maçarico de cozinha ou aquecer bem uma colher e passar sobre o açúcar para caramelizar. Servir.
Fonte da receita aqui
Se quiser aproveitar as claras descartadas (vamos combater o desperdício de alimentos!), sugerimos essa receita de farófias, um doce português, que precisa de 4 ovos inteiros + 4 claras batidas. Dose dupla de doçura, sucesso garantido!
Fonte da receita aqui
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