Chegou a NEWS #35 DO COMIDA! Vem conferir a nossa curadoria de conteúdos sobre sistemas alimentares, dicas de conteúdos e uma receita especial com batata doce
Na quinta edição de 2024 trazemos nossa curadoria especial de conteúdos sobre o universo dos sistemas alimentares e um compilado das nossas atividades referente ao mês de maio. Boa leitura! 🌱
📰 O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
COMIDA E CIDADES
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou em abril de 2024 os resultados do módulo de Segurança Alimentar, inserido na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2023 em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Os dados para este estudo foram obtidos a partir da aplicação das perguntas componentes da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar – EBIA em módulo específico da pesquisa. Esta é a quinta série de resultados sobre o tema, sendo as anteriores disponibilizadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2004, 2009 e 2013 e pela Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF 2017-2018.
Dentre os principais destaques está o fato de que no quarto trimestre de 2023, tendo como referência o período de três meses anteriores à data de realização da pesquisa, o Brasil tinha 72,4% (ou 56,7 milhões) dos seus domicílios em situação de segurança alimentar, proporção que cresceu 9,1 pontos percentuais (p.p.) frente à última pesquisa do IBGE a investigar esse tema, a POF 2017-2018, que havia encontrado 63,3% dos domicílios do país em situação de segurança alimentar.
Além disso, o país tinha 27,6% (ou 21,6 milhões) dos seus domicílios em situação de insegurança alimentar em 2023, sendo 18,2% (ou 14,3 milhões) com insegurança alimentar leve, 5,3% (ou 4,2 milhões) com insegurança alimentar moderada e 4,1% (ou 3,2 milhões) com insegurança alimentar grave. A POF 2017-2018 havia encontrado 36,7% dos domicílios do país em insegurança alimentar, sendo 24,0% com insegurança alimentar leve, 8,1% com insegurança alimentar moderada e 4,6% com insegurança alimentar grave.
Acesse a pesquisa completa aqui.
COMIDA E CLIMA
O relatório Recipe for a Livable Planet: Achieving Net Zero Emissions in the Agrifood System (Receita para um planeta habitável: Alcançando emissões líquidas zero no sistema agroalimentar) realizado pelo World Bank’s Agriculture and Food Global Practice apresenta um framework estratégico e abrangente de diretrizes para atenuar o impacto do sistema agroalimentar nas mudanças climáticas, delineando medidas práticas e prontamente aplicáveis que têm o potencial de diminuir em quase um terço as emissões de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo em que asseguram a segurança alimentar em escala global. Essas ações, que são urgentemente necessárias, oferecem três benefícios adicionais: melhorar a confiabilidade do fornecimento de alimentos, fortalecer a resiliência do sistema alimentar global às mudanças climáticas e proteger as populações vulneráveis.
Este documento funciona como um guia que delineia ações globais e passos específicos que países de diferentes realidades podem tomar a partir de agora, concentrando-se em seis áreas-chave: i) investimentos; ii) incentivos; iii) informação; iv) inovação; v) instituições; e vi) inclusão. Ao convocar a colaboração entre governos, empresas, cidadãos e organizações internacionais, o relatório mapeia um caminho para fazer dos sistemas alimentares um ator central para enfrentar as mudanças climáticas e manter o planeta seguro.
Dentre as principais oportunidades de ação nos países e em âmbito mundial, os autores destacam quatro principais: países de alta renda podem desempenhar um papel central para ajudar o mundo a reduzir as emissões no setor agroalimentar; países de renda média têm grandes oportunidades de reduzir suas emissões agroalimentares; países de baixa renda devem se concentrar no crescimento verde e competitivo e evitar construir a infraestrutura de altas emissões que os países de alta renda precisam substituir agora; ações em nível nacional e global podem criar condições mais favoráveis para a redução das emissões agroalimentares.
Acesse o relatório aqui.
COMIDA E CULTURA
O Policy Brief de número 4, intitulado The Dietary Shift (Mudança na Dieta), lançado pelo The Food System Economics Commission (FSEC), uma comissão acadêmica independente que fornece ferramentas e evidências para orientar os tomadores de decisão sobre alimentos e uso da terra, reforça a necessidade de uma mudança global para garantir que as pessoas em todos os lugares tenham acesso físico, econômico e social a uma dieta saudável, segura e culturalmente adequada.
Este documento apresenta resultados de uma modelagem realizada pelo FSEC que busca refletir sobre a possibilidade de todos os países adotarem gradualmente até 2050 uma dieta saudável de referência, conforme definida pela Comissão EAT-Lancet, enfatizando aumento do consumo de frutas, legumes, nozes, soja e leguminosas, além da redução da ingestão de açúcar, óleos vegetais, carne vermelha, aves, ovos e laticínios; respeitando zonas agroecológicas, culturas e preferências alimentares, O FSEC identificou três categorias de políticas que podem auxiliar na construção e efetivação de um plano sistêmico e coordenado para auxiliar na mudança necessária das dietas e dos sistemas alimentares, sendo elas: uso de incentivos e regulamentação; inovação e investimento.
Acesse aqui o documento.
🤝O QUE ANDAMOS FAZENDO
Veja tudo o que aconteceu na terceira edição do LUPPA LAB neste vídeo que resume os quatro dias de evento. O LUPPA foi realizado dos dias 19 a 22 de março e contou com a participação de 37 cidades, sendo 5 cidades mentoras, mais de 100 pessoas presentes e 25 horas de conteúdo distribuído em 4 dias de encontros imersivos em Curitiba, cidade sede deste ano. Os encontros promoveram a troca de experiências entre os participantes e fortaleceram suas capacidades de desenvolvimento de políticas públicas alimentares de forma participativa, multissetorial, com pensamento sistêmico e alinhamento com os desafios globais e as necessidades e possibilidades locais.
No dia 16 de maio aconteceu o seminário online “Enfrentando a monotonia do sistema alimentar: Oportunidades de ações nas iniciativas da Presidência Brasileira do G20”, realizado pelo Instituto Comida do Amanhã, a Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares, o CEBRAP Sustentabilidade, o INCT - Combate à Fome, o Instituto de Defesa do Consumidor e o Instituto Fome Zero com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e Global Alliance for the Future of Food. O evento foi realizado via Zoom e teve foco no debate internacional sobre a monotonia alimentar e as forças-tarefa “Mobilização contra as Mudanças Climáticas” e “Aliança contra a Fome e a Pobreza”, criadas pela Presidência brasileira no G20 deste ano. O seminário completo está disponível no canal do Youtube do Comida do Amanhã, com tradução simultânea do inglês para o português.
Nos dias 14 e 15 de maio aconteceu o “I Encontro da Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional nas Cidades - Alimenta Cidades”, realizado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), em parceria com os ministérios das Cidades (MCid) e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). A iniciativa tem como objetivo fortalecer, promover e fomentar a alimentação saudável e adequada em territórios urbanos junto a populações em situação de vulnerabilidade e risco social. Juliana Tângari, diretora do CdA, participou do evento no segundo dia e representou o Instituto na mesa de “implementação da estratégia”. As transmissões dos dois dias de conferência estão disponíveis no canal do Youtube do MDS.
No dia 23 de maio aconteceu o seminário “UrbanSus: Segurança Alimentar e Mudanças Climáticas”, com foco na importância do planejamento e trabalho de ações de impacto no âmbito da alimentação e nutrição, considerando as pautas da sustentabilidade. A Juliana Tângari, diretora do Comida do Amanhã, participou da conferência com o painel “Clima, Cidades e Alimentação: Como Garantir Cidades Resilientes”. O evento completo está disponível no canal do Youtube do Instituto de Estudos Avançados da USP.
🖊️CONTEÚDOS DO MÊS
Juliana Tângari, diretora do Comida do Amanhã, e Tárzia Medeiros, assessora de políticas públicas do Comida do Amanhã, destacam a importância do planejamento alimentar durante o período eleitora, considerando os desafios e oportunidades locais, no artigo "Eleições Municipais e Sistemas Alimentares no Centro da Agenda Municipal". O artigo completo pode ser acessado no site do Comida do Amanhã, e uma versão resumida está disponível também no site do Nexo Políticas Públicas.
Em entrevista ao Nexo Políticas Públicas, Juliana Tângari, diretora do Comida do Amanhã, falou sobre a necessidade de investimento em uma agenda alimentar saudável e ecológica. Em cinco perguntas sobre sistemas alimentares, Juliana destacou os espaços urbanos como agentes de transformação na alimentação, os avanços já conquistados no tema e a importância de medidas alimentares sustentáveis.
🔜 O QUE ESTÁ POR VIR
No dia 06 de junho, no Rio de Janeiro, acontece o evento “Estratégias para o fortalecimento de alimentação saudável nas cidades”, realizado pela FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, MDS - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e o Instituto Comida do Amanhã. O evento também será transmitido pelo canal do Youtube do Comida do Amanhã.
No dia 12 de junho às 9h30, acontece o encontro “G20 e a monotonia dos sistemas agroalimentares: a necessidade de uma nova era de domesticação de culturas e diversificação de dietas” para expandir o debate e influenciar a tomada de decisões dentro do processo do G20 relativa à urgência da transição para um sistema agroalimentar saudável e sustentável, com foco na diversificação das paisagens agrícolas e das espécies animais criadas para consumo humano, bem como nos padrões alimentares contemporâneos. O evento é remoto e as inscrições devem ser feitas aqui.
No dia 19 de junho, em São Paulo, a diretora do Comida do Amanhã, Juliana Tângari, participa do Congresso Mundial do ICLEI 2024, dentro do painel “Governança Inclusiva”, das 14h15 às 15h45.
No dia 24 de junho às 20h, a diretora do Comida do Amanhã, Juliana Tângari, participa do webinário “SUAS e Segurança Alimentar e Nutricional” no canal do Youtube “SUAS Conversas”.
💡 DICA DO MÊS
Enquanto as gorduras e os carboidratos atravessam uma crise de imagem, a proteína segue a ser vista como um supernutriente. Hoje, em vez de ser um componente dos alimentos, inverte a equação e faz dos alimentos um mero transportador das proteínas. Com a carne à frente, desde o século 19 a proteína tem embalado sonhos imperialistas e interpretações equivocadas sobre a dieta dos povos tradicionais. No primeiro de dois episódios, a equipe do O Joio e o Trigo busca as origens da proteína como agente político e econômico e porque, mesmo com tanta produção de proteína no mundo, segue-se a insistir na tese de escassez e riscos.
🍴RECEITA DO MÊS
Legumes assados em cama de purê de batata-doce
INGREDIENTES
Purê de batata-doce
• 5 batatas-doce cenoura média
• 1/5 de fava tonka (ralar como noz-moscada)
• azeite de oliva extravirgem a gosto
• sal marinho a gosto
• pimenta do reino moída na hora
• 50 ml de leite de castanha
Legumes assados
• 8 mini cenouras lavadas e cortadas ao meio*
• 8 mini beterrabas lavadas e cortadas ao meio*
• 1 berinjela média em cubos
• 1 abobrinha média em cubos
• 3 dentes de alho em lascas
• 20 mini tomates coloridos cortados ao meio*
• 33 castanhas de baru (torrada) ou 50g
• sal marinho a gosto
Mix de cogumelos grelhados
• azeite de oliva a gosto
• sal marinho a gosto
• 3 xícaras de chá ou 300g de cogumelos variados
• broto de coentro para finalizar
*caso esses ingredientes não sejam de fácil acesso na sua região, utilize os normais e corte em cubos como os demais legumes.
MODO DE PREPARO
Purê de batata-doce
Descascar e lavar as batatas, cortar em cubos e cozinhar no vapor até que estejam macias. Amassar as batatas com um amassador de batatas e temperar com sal, pimenta do reino, fava tonka, leite de castanhas e azeite de oliva para que fique bem macio e cremoso. Reservar.
Legumes assados
Pré-aquecer o forno (médio/alto) e assar os legumes regando com um fio de azeite de oliva na ordem de cozimento: iniciar pela cenoura e beterraba, depois de 5 minutos colocar a abobrinha, berinjela e o alho.
OBS: Se necessário colocar mais um fio de azeite para que não fiquem secos. Fornear por 10 minutos. Retirar do forno, coloque sal a gosto nos legumes.
OBS: Se necessário, regar com mais um fio de azeite.
Juntar os tomates e a castanha de baru picada grosseiramente e deixe descansar no forno desligado.
Mix de cogumelos grelhados
Pode usar mix como shimeji, shitake, pleurotus, paris, etc. Higienizar e cortar os cogumelos de maneira uniforme ao seu gosto. Em uma frigideira com pouco azeite de oliva aquecido, colocar os cogumelos cortados para grelhar, de preferência uma frigideira grande para que não fiquem sobrepostos. Manter em fogo alto até que estejam prontos.
Montagem e finalização
No centro do prato, colocar duas colheres de sopa do purê. Em uma das metades do prato colocar os legumes assados e na outra metade, os cogumelos. Decorar com os brotos de coentro (em cima do purê).
A receita original faz parte do livro “Isto não é (apenas) um livro de receitas”, do Comida do Amanhã em parceria com a UNIRIO e Fundação Heinrich Böll Brasil, disponível aqui.
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