Chegou a NEWS #37 DO COMIDA! Vem conferir a nossa curadoria de conteúdos sobre sistemas alimentares, dicas de conteúdos e uma receita especial com a folha de mostarda
Na sétima edição de 2024 trazemos nossa curadoria especial de conteúdos sobre o universo dos sistemas alimentares e um compilado das nossas atividades referente ao mês de julho. Boa leitura! 🌱
📰 O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
DESTAQUE DO MÊS
Como todo mês de julho, no dia 24, foi lançado o relatório The State of Food Security and Nutrition in the World (SOFI) preparado anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Programa Mundial de Alimentos (WFP) e Organização Mundial da Saúde (OMS), e que apresenta as atualizações mais recentes sobre a fome, a segurança alimentar e a nutrição ao redor do mundo. O lançamento foi em um evento especial às margens da Reunião Ministerial da Força-Tarefa da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza do G20, no Rio de Janeiro.
O tema do relatório deste ano é “Financiamento para acabar com a fome, a insegurança alimentar e todas as formas de desnutrição” que explora os níveis atuais e as lacunas de financiamento para a segurança alimentar e nutrição e fornece orientações sobre opções de financiamento inovadoras para enfrentar os principais fatores que causam a insegurança alimentar e a desnutrição. O texto também aborda a transformação dos sistemas agroalimentares como necessária para o fim da fome, da insegurança alimentar e da desnutrição em todas as suas formas até 2030.
Vale lembrar que Financiamento é um dos tripés da Aliança Global contra Fome e a Pobreza, e o governo Brasileiro desenhou essa coalizão de forma a recrutar o financiamento necessário para sustentar a cooperação técnica internacional sobre políticas públicas para segurança alimentar e nutricional.
COMIDA E CIDADES
O Painel de Alto Nível de Especialistas em Segurança Alimentar e Nutricional (HLPE - FSN) lançou neste mês de julho seu relatório anual intitulado Strengthening urban and peri-urban food systems to achieve food security and nutrition, in the context of urbanization and rural transformation. O relatório deste ano é focado na importância do fortalecimento dos sistemas alimentares urbanos e periurbanos para alcançar a segurança alimentar e nutricional das populações que vivem nestas áreas. Apresentando uma análise profunda dos desafios e oportunidades, o relatório mostra como as zonas periféricas têm um impacto importante nos sistemas alimentares, influenciando a produção, a distribuição e os padrões de consumo a nível mundial.
O relatório é inovador ao desafiar as narrativas predominantes, revelando que mais de três quartos da população mundial com insegurança alimentar vivem em regiões urbanas e periurbanas, e que as áreas urbanas e periurbanas são pontos críticos para diversas formas de desnutrição.
Enfatiza a necessidade de sistemas alimentares equitativos, acessíveis, sustentáveis e resistentes, para a realização do direito à alimentação. Mas, também destaca a importância da governança multinível, multilateral e de múltiplos atores e as ligações intrincadas entre os sistemas alimentares e outros sistemas críticos relacionados à água, energia e mobilidade, trazendo como exemplo o LUPPA.
Com recomendações de políticas orientadas para a ação, este relatório é uma ferramenta essencial para formuladores de políticas, pesquisadores e partes interessadas dedicados a garantir a segurança alimentar e a nutrição no contexto da rápida urbanização.
COMIDA E CLIMA
Neste mês de julho, o Ipes-Food, painel internacional de especialistas sobre transição para sistemas alimentares sustentáveis, lançou o relatório Food From Somewhere: Building food security and resilience through territorial markets, com lançamento também de um resumo executivo do documento em português, intitulado Comida com os Pés Assentes da Terra: os mercados territoriais como estratégias para construir a resiliência e segurança alimentar.
O relatório documenta contribuições essenciais para sustentar os meios de subsistência dos produtores, garantindo o acesso a alimentos saudáveis para as populações mais vulneráveis, sustentando culturas e comunidades e mantendo as pessoas alimentadas diante de choques, perturbações e crises, como a pandemia de Covid-19. O documento solicita aos governos que reinvistam na infraestrutura de abastecimento local e regional, relocalizem as compras públicas e as estratégias de segurança alimentar e reduzam a captura corporativa dos sistemas alimentares.
Finalmente desta alavancas para apoiar os mercados territoriais, sendo elas: i) limitar o poder corporativo sobre os sistemas alimentares; ii) reorientar os subsídios na direção das infraestruturas e redes para os mercados territoriais; iii) colocar as redes locais resilientes no centro do planejamento para choques e crises futuros; iv) usar o poder de compra do Estado para apoiar pequenos produtores; v) fazer pontes entre os serviços sociais e de combate à fome e os mercados que abastecem as comunidades mais desfavoráveis; e vi) construir uma visão partilhada entre os vários movimentos para alcançar mercados e sistemas alimentares resilientes.
O resumo executivo em português:
O documento completo em inglês:
COMIDA E CULTURA
Na coluna da Cátedra Josué de Castro no Nexo Jornal - Políticas Públicas, a quilombola e engenheira agrônoma Franciléia Paula de Castro apresenta seu artigo de opinião intitulado Agricultura quilombola: tecnologia ancestral para o futuro dos sistemas alimentares. Para a autora, é urgente transformar os sistemas alimentares em diferentes escalas, promovendo modelos agrícolas que garantam justiça social e climática. Sugere a importância de reconhecer que o manejo agrícola tradicional quilombola é uma importante tecnologia ancestral para fomentar esta transformação e garantir o futuro dos sistemas alimentares e da Soberania Alimentar no Brasil e no mundo.
A autora explica que os SATs (Sistemas Agrícolas Tradicionais), são encontrados em diversos territórios indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais e que são sistemas formados por um conjunto de práticas ancestrais empregadas no manejo da terra e da biodiversidade. Nos alerta especialmente sobre a manutenção dos Sistemas Agrícolas Tradicionais Quilombola como sendo um indicativo de sustentabilidade, tanto pela resistência e permanência desses povos em seus territórios, quanto por apontarem caminhos práticos e resilientes. Apesar de seu alto potencial de produzir alimentos, estes territórios são um refúgio da biodiversidade e estão entre os territórios com o menor percentual de desmatamento da vegetação nativa nos biomas brasileiros,
O artigo na íntegra:
🤝O QUE ANDAMOS FAZENDO
Estamos muito honradas em anunciar que o Instituto Comida do Amanhã e a Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) celebraram termo de fomento para apoiar a implementação da Estratégia Alimenta Cidades nas 60 cidades prioritárias definidas pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, além de apoiar ações da cooperação horizontal entre as cidades por meio das ações previstas para a Rede Urbana de Alimentação Saudável (RUAS).
A Estratégia, instituída pelo decreto presidencial n° 11.822, de 12 de dezembro de 2023, prevê programas e ações que incluem a oferta e disponibilidade de alimentos saudáveis, a promoção de ambientes alimentares urbanos que favoreçam alimentação adequada e saudável, a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis nas cidades e seu entorno, a redução das perdas e desperdícios de alimentos, entre outras iniciativas, priorizando as periferias das cidades e garantindo o olhar para as interseccionalidades que aprofundam as iniquidades sociais.
Nos próximos 18 meses iremos trabalhar em conjunto com o MDS auxiliando as gestões municipais, para que as cidades possam de fato ampliar a produção, o acesso, a disponibilidade e o consumo de alimentos adequados e saudáveis, priorizados os territórios periféricos urbanos e as populações em situação de vulnerabilidade e risco social.
Para nós, esse projeto é uma excelente oportunidade de dar mais um passo em nossa jornada para a transição a sistemas alimentares saudáveis para pessoas e para o planeta, a partir das cidades.
Juliana Tângari, diretora do Comida do Amanhã, agora integra a 7ª edição da iniciativa global “17 Rooms”, realizada pela Brookings Institution e pela The Rockefeller Foundation. A iniciativa visa promover ações pragmáticas dentro de cada Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ao mesmo tempo em que estimula conexões produtivas entre todos os objetivos.
Em termos práticos, “17 Rooms" reúne especialistas em suas próprias “Rooms”, ou seja, grupos de trabalho, um para cada ODS. Cada Room é encarregada de identificar ações cooperativas que eles podem tomar ao longo dos 12 a 18 meses subsequentes.
Juliana foi convidada para participar do “Room 2”, focado no ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável), que este ano é co-liderada por Betty Kibaara, Mohamed Abdiweli e Kevin Watkins, e centra-se no tema da alimentação escolar, em parceria com a School Meals Coalition.
Nos dias 1 e 2 de julho o Comida do Amanhã participou do C20 Brazil Midterm Meeting, evento que marca o ponto culminante dos esforços de articulação política da sociedade civil global para influenciar os Governos do G20. Participaram 10 (dez) Grupos de Trabalho Temáticos, e o Comida do Amanhã, ocupou uma das dez cadeiras destinadas ao Grupo de Trabalho 2 (Sistemas Alimentares, Fome e Pobreza). A reunião foi o momento de deliberação e decisão das recomendações que serão feitas pelo C20 em novembro, na Cúpula dos Líderes do G20.
No dia 11 de julho, Juliana Tângari, diretora do Comida do Amanhã, participou da live "Segurança Alimentar e Nutricional nas Eleições Municipais", realizada pelo Instituto Fome Zero. O objetivo da live foi a apresentação da cartilha "Como Acabar com a Fome no seu Município", escrita pelo IFZ e destinada a orientar e apoiar a criação de políticas públicas municipais eficazes no combate à fome.
A Francine Xavier, diretora do Comida do Amanhã, foi uma das especialistas entrevistadas pela Revista Gama para a reportagem “Entenda a relação entre sua comida e a crise climática”, parte da edição “Como a crise climática afeta seu PF?”.
O texto reúne dicas para uma dieta sustentável e a Francine falou um pouco sobre o que pode ser feito para dar suporte para a transição para sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis.
Abrimos a inscrição para o LUPPA, o maior laboratório de políticas públicas alimentares do mundo!
Nesta edição, serão selecionadas até 10 cidades com população entre 100 mil a 1 milhão de habitantes, sendo 40% das vagas destinadas a cidades da Amazônia Legal, para participarem dessa jornada conosco.
No dia, 23 de julho, durante os eventos do G20 relacionados à Força-Tarefa da Aliança Global contra Fome e Pobreza, no Rio de Janeiro, o Instituto Comida do Amanhã e a Ação da Cidadania, entregaram à coordenação da Força-Tarefa algumas demandas vindas das organizações da sociedade civil participantes do GT2 (Sistemas Alimentares, Fome e Pobreza) do C20, sobre como avançar no combate à fome, na garantia do direito universal à alimentação saudável e de uma produção de alimentos alinhada com os limites planetários.
Estiveram presentes nesta reunião, Saulo Ceolin, coordenador-geral de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Lilian Rahal, Secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Mariana Macário, Gerente de Políticas Públicas na Ação da Cidadania, José Graziano, Diretor-Geral do Instituto Fome Zero e Juliana Tângari, Diretora do Comida do Amanhã.
A Juliana Tângari, diretora do Comida do Amanhã, participou do ICLEI Cast, realizado pelo ICLEI Brasil, no episódio “Comida na mesa: A urgência no aumento de políticas públicas com foco em Sistemas Alimentares Sustentáveis no Brasil”
No episódio foi discutido a importância da consolidação de sistemas alimentares sustentáveis, justos, saudáveis, circulares e resilientes, os impactos do modelo atual têm causado danos sociais e ambientais em todos os seus ciclos e também sobre o trabalho realizado no Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares (LUPPA).
🖊️CONTEÚDOS DO MÊS
Lançamos a agenda "Como integrar a agenda da alimentação saudável, justa e sustentável às propostas de governo nas eleições municipais", um guia para a construção de novas políticas alimentares. O material sugere quais poderiam ser as propostas ideais para os programas de governo municipal comprometidos com a pauta da alimentação saudável, justa e sustentável nas eleições deste ano. As propostas são uma contribuição para que mais cidades brasileiras alcancem e consolidem políticas estratégicas com coerência, participação social e abrindo mão de medidas assistencialistas.
✍️ATUALIZAÇÕES DA EQUIPE
Temos novidades na nossa equipe:
Temos uma nova diretora!
Ela é formada em publicidade, possui MBA em comunicação empresarial e tem mais de 15 anos de experiência em gestão de projetos e comunicação. Para ela, assumir esse novo desafio dentro do Comida do Amanhã, um instituto tão potente, com tanta capacidade de realização e cercado de uma equipe e de parceiros incríveis, traz uma felicidade imensa e uma sensação de estar no caminho certo.
Uma nova integrante chegou na nossa equipe, a Sheila Carvalho, que entra para compor o time de administrativo financeiro, vem conhecer mais sobre ela:
Sheila é assistente administrativo financeiro no Instituto Comida do Amanhã. Engenheira Florestal e Ambiental, com 18 anos de experiência em Planejamento e Gestão dos Recursos Naturais.
🔜 O QUE ESTÁ POR VIR
Durante o mês de agosto, acontece a “V Escola de Inverno GEPAD”, realizada pela GEPAD em parceria com o Instituto Fome Zero e a Comida do Amanhã. No dia 05 de agosto, as diretoras do Comida do Amanhã, Francine Xavier e Juliana Tângari, realizam a aula inaugural sobre “Alimentação nas cidades: por que esse tema?” e no dia 19 de agosto, a aula é sobre “Ambientes e paisagens alimentares nas cidades” que conta com a participação da co-fundadora do Comida do Amanhã, Mónica Guerra.
Nos dias 19 a 21 de agosto, acontece XVII Seminário Alianças Estratégicas para Promoção da Saúde, em Brasília. Thais Barreto, diretora do Comida do Amanhã, e a Tárzia Medeiros, assessora de políticas públicas do Comida do Amanhã, estarão presentes.
🗞️ O QUE ESTAMOS NOTICIANDO?
Nota Pública sobre ataques contra imposto seletivo para refrigerantes
Na nota, 45 especialistas e organizações de saúde vem a público alertar a sociedade brasileira sobre o risco de que refrigerantes, produtos supérfluos associados a doenças graves e mortes evitáveis, sejam retirados do imposto seletivo, criado no âmbito da reforma tributária para sobretaxar produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente. A indústria de refrigerantes, aliada a outras entidades e associações empresariais de outros setores, vem usando de ameaças infundadas, argumentos falaciosos e pesquisas com conflito de interesses para persuadir parlamentares a derrubar a proposta do governo, e retirar os refrigerantes do imposto seletivo, que vai sobretaxar também tabaco e bebidas alcoólicas.
💡 DICAS DO MÊS
As dicas deste mês trazem a reflexão sobre a importância da redução dos agrotóxicos na produção de alimentos e sobre o uso de agrotóxicos no Brasil. Confere abaixo:
#PARALER - Agrotóxicos e colonialismo químico
O livro compila dados alarmantes que nos permitem começar a compreender a gravidade do problema representado pelo uso massivo de herbicidas, pesticidas e fungicidas para a saúde humana e para o meio ambiente, uma consequência direta da globalização da agricultura, da concentração fundiária brasileira e da onipresença do agronegócio no país. Da leitura, emerge a certeza de que produção agrícola deixou de ser sinônimo de produção de alimentos, e que a saída está na agroecologia.
#PARAOUVIR - 2ª temporada - O Veneno Mora ao Lado
“O Veneno Mora ao Lado” lançou sua 2ª temporada sobre agrotóxicos, a série possui quatro episódios e propõe caminhos e soluções para produção de alimentos livres de veneno.
🍴RECEITA DO MÊS
Mostarda refogada com molho tahine
INGREDIENTES
Mostarda:
1 maço de folha de mostarda cortada
½ maço de cebolinha
1 fio de azeite
1 pitada de sal
Molho de tahine:
2 colheres de sopa de tahine
suco de ½ limão
4 colheres de sopa de água
1 colheres de sopa de missô
½ colher de sopa de óleo de gergelim
1 colher de sopa de shoyu
MODO DE PREPARO
Molho:
Misture vigorosamente todos os ingredientes no processador ou com a ajuda de um garfo.
Mostarda:
Numa frigideira, aqueça o azeite
Refogue a cebolinha picada, sal e depois junte as folhas de mostarda até que estejam murchas
Apague o fogo e acrescente o molho de tahine.
Fonte: https://receitas.globo.com/receitas-da-tv/bela-cozinha/mostarda-refogada-com-molho-tahine-gnt.ghtml
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