Chegou a NEWS #41 DO COMIDA! Vem conferir a nossa curadoria de conteúdos sobre sistemas alimentares, dicas de conteúdos e uma receita especial com sapoti
Na décima primeira edição de 2024 trazemos nossa curadoria especial de conteúdos sobre o universo dos sistemas alimentares e um compilado das nossas atividades referente ao mês de novembro.🌱
📰 O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
COMIDA E CIDADES
O relatório intitulado School feeding and the Sustainable Development Goals: An agenda to combat child hunger, boost education, transform food systems and strengthen equity (Alimentação escolar e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: Uma agenda para combater a fome infantil, impulsionar a educação, transformar os sistemas alimentares e fortalecer a equidade) foi publicado em setembro de 2024 para a Sustainable Financing Initiative (SFI) para School Health and Nutrition of the School Meals Coalition, e contou com contribuição de nossa diretora Juliana Tângari.
O documento atesta que os programas de alimentação escolar, apesar de terem sido desenvolvidos no século XX, ainda são muito relevantes para sanar os desafios encontrados atualmente. Assim, os autores reforçam a relevância desses programas que com um esforço internacional conjunto, podem auxiliar tanto em catalisar o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável quanto de promover uma reforma ampla nos sistemas alimentares.
Dividido em sete partes, o relatório além de apresentar um panorama geral e histórico dos programas de alimentação escolar e da situação alimentar de crianças e adolescentes traz como diferencial algumas análises financeiras para que os programas de alimentação escolar ganhem maior proporção e escala, além de possibilidades de financiamento. Finalmente destacam a importância de considerar os programas de alimentação escolar na atuação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo governo Brasileiro durante a cúpula final do G20.
COMIDA E CLIMA
Novo relatório produzido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Greenhouse gas emissions from agrifood systems. Global, regional and country trends, 2000–2022, reafirmam que os sistemas alimentares são responsáveis por um terço das emissões de gases de efeito estufa. De acordo com os dados apresentados, em 2022 as emissões globais dos sistemas agroalimentares atingiram 16,2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (Gt CO2eq), praticamente inalteradas em relação a 2021 e representando um aumento de 10% desde 2000.
Do total dos sistemas agroalimentares, as atividades de cultivo e pecuária, o que se chama das atividades de “dentro do portão da fazenda” contribuíram com 7,8 Gt CO2eq globalmente, ou seja 48% das emissões. Elas permaneceram praticamente inalteradas em relação a 2021, com um crescimento de 15% desde 2000. Já as emissões provenientes de mudanças no uso da terra foram de 3,1 Gt CO2eq globalmente, ou 19% do total. Elas diminuíram 1% desde 2021 e 30% desde 2000. As emissões de pré e pós-produção, devido a atividades ao longo da cadeia de suprimentos, foram de 5,3 Gt CO2eq, ou 33% do total. Elas cresceram 52% desde 2000.
Em 2022, a intensidade das emissões dos sistemas agroalimentares era de 2,6 kg de CO2eq por dólar internacional (I$) globalmente. Ela diminuiu continuamente ao longo do tempo, em 0,4% em comparação com 2021 e em 39% desde 2000.
COMIDA E CULTURA
Neste mês de novembro foram lançados dois relatórios produzidos pelo pesquisador Eduardo Nilson, do Observatório de Hábitos Alimentares da Fiocruz Brasília e do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde Pública (Nupens/USP) os quais apresentam dados regionalizados sobre a quantidade de mortes atribuíveis aos ultraprocessados no Brasil, e estimativa de impacto dos ultraprocessados para a economia.
Os relatórios revelam que em 2019, cerca de 57 mil mortes prematuras foram atribuídas ao consumo de produtos alimentícios ultraprocessados no Brasil, devido ao gravamento das doenças associadas a eles. Já os custos das doenças e mortes provocadas por ultraprocessados são de, no mínimo, R$10,4 bilhões de reais, por ano, no Brasil, reforçando que maior consumo de ultraprocessados representa mais custos para o SUS.
🤝O QUE ANDAMOS FAZENDO
No dia 5 de novembro, a co-fundadora do Comida do Amanhã, Mónica Guerra, foi uma das participantes do debate “Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável e Soberania Alimentar". O evento foi parte da programação do São Paulo Food Film Fest, que aconteceu dos dias 31 a 10 de novembro, e a conversa teve base no filme nacional “Garapa” (2009), do diretor José Padilha, que retrata cenas de três famílias que sofrem com a fome e a insegurança alimentar.
No dia 8 de novembro houve o lançamento oficial da iniciativa "Na Mesa da COP30”, construída pela coalizão do Instituto Regenera, do Comida do Amanhã e da Associação dos Negócios de Sobiobioeconomia da Amazônia (Assobio). A iniciativa busca garantir que alimentos da sociobiodiversidade brasileira estejam na trigésima edição da Conferência, prevista para ser realizada em Belém em 2025. No lançamento foram abordadas a importância dos alimentos agroecológicos e da sociobiodiversidade, caminhos para ampliar o acesso a esses alimentos, e as contribuições das políticas públicas alimentares brasileiras para o debate climático. Pessoas físicas, organizações civis, conselhos, movimentos sociais, membros do governos e órgãos internacionais podem contribuir com a iniciativa e assinar o manifesto.
O Comida do Amanhã participou do C20 Summit, realizado no dia 13 de novembro no Rio de Janeiro, e que representou o fechamento das atividades realizadas pelos 10 grupos de trabalho (GT) temáticos do Civil 20 nos meses anteriores à Cúpula dos Líderes. O Instituto integrou o GT2, relacionado aos Sistemas Alimentares, Fome e Pobreza, e colaborou no policy brief elaborado pelo grupo. O documento integrou o Policy Pack, um compilado das recomendações feitas pelos GTs aos líderes da Cúpula que foi lançado no C20 Summit. A Juliana Tângari, diretora do Comida do Amanhã, e a Roberta Curan, coordenadora de Produção de Conhecimento do Comida do Amanhã, estiveram presentes no Summit e contaram um pouco sobre como foi este momento tão importante nas etapas do G20 no vídeo abaixo.
No dia 14 de novembro aconteceu o evento "Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza: Oportunidades e Desafios", parte da programação oficial da Cúpula Social do G20, que foi realizada dos dias 14 a 16 de novembro no Rio de Janeiro. O Comida do Amanhã foi uma das organizações a promover o encontro, que tratou da Aliança e das recomendações do C20 para sistemas alimentares e combate à fome e à pobreza. Roberta Curan, coordenadora de Produção de Conhecimento do Comida do Amanhã, foi a moderadora do evento.
No dia 18 de novembro, a Francine Xavier, diretora do Comida do Amanhã, participou do evento “Locally-Led Climate Adaptation Through Revival of Forgotten Foods” (em português, “Adaptação Climática Local por Meio do Resgate de Alimentos Tradicionais”), parte da programação da COP29, que foi realizada em Baku, no Azerbaijão. A ocasião debateu o papel dos alimentos tradicionais na resiliência e adaptabilidade às mudanças climáticas e a mesa foi dividida com Maurício Alcântara, do Instituto Regenera; Alvin Munyasia, do Action Against Hunger’s Horn of Africa and East Africa; e Arbinda Kumar Padhee, do Department of Agriculture and Farmers Empowerment, com mediação de Nivedita Varshneya, da Welthungerhilfe India.
O Comida do Amanhã é pré-finalista do prêmio Food Planet Prize 2025! Anualmente, o Food Planet Prize homenageia soluções inovadoras que demonstram aptidão para acelerar a transição para sistemas alimentares sustentáveis em um período de 10 anos. Foram escolhidas 39 iniciativas de 23 países, após rodadas de triagem, pesquisa e avaliação de quase mil indicações para a premiação. Agora, as iniciativas selecionadas serão profundamente analisadas e selecionadas para uma lista menor, com as iniciativas finalistas que serão apresentadas em março de 2025, e o júri da premiação irá selecionar a iniciativa vencedora em junho do mesmo ano.
🖊️CONTEÚDOS DO MÊS
Foi lançada a versão em português do position paper “Monotonia dos sistemas agroalimentares e as oportunidades que surgem da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global Contra a Mudança do Clima”, que procura elucidar algumas recomendações e reflexões aos tomadores de decisão e negociadores do G20. O documento foi organizado pela Cátedra Josué de Castro, o Instituto Comida do Amanhã e o Instituto de Defesa do Consumidor, em parceria com a CEBRAP Sustentabilidade, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Combate à Fome. Uma versão em inglês também está disponível no mesmo link.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é uma iniciativa apresentada pela presidência brasileira do G20 e coordenada pelos ministérios das Relações Exteriores, da Fazenda, e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, com o objetivo de estabelecer uma aliança global para o fortalecimento de políticas públicas e tecnologias sociais com eficácia no enfrentamento da fome e da pobreza.
O Comida do Amanhã foi uma das organizações civis a aderir à Força-tarefa e se disponibilizar para dar suporte técnico na aplicação de programas e políticas alimentares dos países comprometidos a adotar tecnologias políticas efetivas contra a fome e a pobreza. O Instituto também se colocou à disposição para outras ações opcionais na implementação de políticas públicas alimentares em conformidade com os objetivos da Aliança. No site do Comida do Amanhã tem detalhes sobre a Força-tarefa, a adesão do Instituto e os próximos passos.
Nas redes do Comida do Amanhã tem uma série de vídeos que explica o que é o G20 e como os sistemas alimentares foram pautados durante a Conferência de 2024. Nos posts, Juliana Tângari, diretora do Instituto, conta sobre o Grupo, responsabilidades e oportunidades da presidência brasileira na edição deste ano, o papel dos sistemas alimentares na Cúpula dos Líderes e um pouco da trajetória do Comida do Amanhã nas atividades do grupo Civil 20.
A alimentação e o desfecho da COP29, realizada dos dias 11 a 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão, foram temas de dois vídeos produzidos pelo Comida do Amanhã em parceria com Instituto Regenera. Maurício Alcântara, do Regenera, esteve presente na edição deste ano da Conferência, compartilhou relatos sobre a alimentação disponível para as delegações participantes e fez uma avaliação sobre o espaço dos sistemas alimentares nas reuniões do evento.
A co-fundadora do Comida do Amanhã, Mónica Guerra, foi uma das entrevistadas no novo episódio do podcast Conexões para Convergir. A conversa foi dividida com a jornalista Gabriela Viana e com Jorge Meza, representante da FAO Brasil, e teve pauta na relação entre os sistemas agroalimentares, mudanças climáticas e segurança alimentar, considerando os desafios e soluções em desenvolvimento pela garantia da soberania alimentar e a necessidade de integração entre ancestralidade, inovação e políticas públicas.
🔜 O QUE ESTÁ POR VIR
No dia 2 de dezembro, às 15h, no canal do Youtube do Comida do Amanhã, acontece o LUPPA WEB, um encontro para refletir sobre os aprendizados do nosso 3° LAB e anunciar em primeira mão as cidades selecionadas para a 4ª edição e contará com a participação de gestores municipais de Caxias do Sul/RS, Careiro/AM e Osasco/SP, algumas das cidades LUPPA.
🌱 ALIMENTA CIDADES
Em 2024, o Instituto Comida do Amanhã e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) firmaram uma parceria estratégica para fortalecer a segurança alimentar em 60 municípios prioritários, por meio da Estratégia Alimenta Cidades. Criada pelo Decreto n° 11.822/2023, a iniciativa tem como objetivo ampliar o acesso a alimentos saudáveis e estimular a produção local, especialmente em áreas urbanas vulneráveis.
O Instituto Comida do Amanhã atua como um dos parceiros implementadores, oferecendo suporte técnico especializado a gestores públicos de todas as regiões do Brasil. Esse apoio é cuidadosamente adaptado às necessidades locais, permitindo que cada município receba soluções alinhadas às suas especificidades. Para a execução do projeto, foram contratados 14 profissionais que vivem e atuam diretamente nas cidades participantes da estratégia. Essa proximidade com as comunidades locais assegura um conhecimento aprofundado das dinâmicas regionais, facilitando a adaptação das ações planejadas às necessidades específicas de cada território e promovendo soluções mais alinhadas com a realidade.
O trabalho, fundamentado em diagnósticos da Sesan/MDS em parceria com a UFMG, garante um acompanhamento técnico na elaboração e implementação das rotas de ação para cada cidade. Nesse sentido, o papel do Instituto é feito em contato direto com as cidades, trabalhando lado a lado com gestores públicos na identificação de necessidades, definição de prioridades e implementação de ações sob medida para cada município.
Nos dias 6 e 7 de novembro de 2024, Brasília recebeu o II Encontro da Estratégia Alimenta Cidades, reunindo gestores, especialistas e parceiros para avaliar o primeiro ano da iniciativa e planejar os próximos passos. Um dos destaques foi o lançamento do Mapeamento dos Desertos e Pântanos Alimentares, estudo realizado pela Sesan/MDS em parceria com a Esalq/USP. O levantamento revelou que 25 milhões de pessoas vivem em desertos alimentares, sendo 5,4 milhões em comunidades periféricas e 6,7 milhões em situação de pobreza. Nos pântanos alimentares, onde predominam alimentos ultraprocessados, 14,7 milhões de pessoas são afetadas, incluindo 1,8 milhão em vulnerabilidade socioeconômica.
O encontro também marcou o lançamento da Plataforma Alimenta Cidades, uma ferramenta que oferece dados detalhados para apoiar gestores públicos na formulação de políticas voltadas à segurança alimentar. A plataforma incentiva ações como agricultura urbana e feiras populares, reforçando o compromisso com cidades mais saudáveis e sustentáveis.
Como um dos parceiros implementadores da Estratégia Alimenta Cidades, o Instituto Comida do Amanhã também esteve presente no evento. Juliana Tângari, diretora do Instituto, destacou o trabalho realizado junto aos 60 municípios que manifestaram interesse em participar da Estratégia. Ela enfatizou como as ações vêm sendo adaptadas às necessidades específicas de cada localidade, demonstrando que parcerias estratégicas são essenciais para ampliar o impacto da iniciativa.
💡 DICAS DO MÊS
#PARAOUVIR
No podcast O Assunto, a apresentadora Natuza Nery entrevista o jornalista Marcelo Lins e o professor Vinícius Rodrigues Vieira para um papo sobre o G20 e seus resultados. A conversa tratou da declaração conjunta dos líderes da Cúpula, aprovada sem ressalvas e que propõe taxar ultrarricos, cita guerras e cria a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, um legado da presidência brasileira na Conferência que também contou com a adesão do Comida do Amanhã.
Ouça o episódio completo abaixo:
#PARAINSPIRAR
Duas mulheres do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, foram responsáveis por uma agrofloresta montada para o paisagismo que ornou o centro da mesa das reuniões dos líderes mundiais presentes no G20. Alessandra Roque e Lorena Portela, do projeto Providência Agroecológica, montaram a paisagem, que contou com 80 espécies diferentes dos seis biomas brasileiros, em menos de 20 dias. Uma matéria do site G1 conta um pouco sobre o trabalho das ativistas da favela mais antiga do Brasil.
✍️ATUALIZAÇÕES DA EQUIPE
Seguindo a sequência de apresentação dos 14 novos integrantes d a equipe do Comida do Amanhã. Conheça mais alguns dos novos colaboradores:
Bruna Cavalcante é Analista de Políticas Públicas do Comida do Amanhã. Tecnóloga de Alimentos, especialista em Agricultura familiar e atua com políticas de segurança alimentar desde 2013. Foi coordenadora da alimentação escolar do município de Belém de 2021 à 2023. Sua comida preferida é a maniçoba.
Vanessa Bastos é Analista Financeiro-Administrativo do Comida do Amanhã. É graduada em Ciências Contábeis e especialista em Direito Tributário. Possui ampla experiência nas áreas fiscal e financeira, incluindo análise de impostos e gestão contábil, com foco em entidades do terceiro setor. Seu alimento preferido é mamão papaia.
🍴RECEITA DO MÊS
BOLO DE SAPOTI
Livro “Alimentos Regionais Brasileiros” (2015), do Ministério da Saúde
Rendimento: 760 g (11 porções)
Porção: 70 g (1 fatia grossa)
Ingredientes:
400 gramas de Sapoti (2 unidades médias)
2 Ovos (110 gramas)
40 ml de Óleo (4 colheres de sopa)
170 g de Açúcar (3/4 xícara de chá)
200 g de Farinha de trigo (2 xícaras de chá)
7 g de fermento químico (1 colher de chá cheia)
14 ml de água (1 colher de sopa)
Manteiga sem sal e farinha de trigo (O suficiente para untar e enfarinhar a forma)
Modo de preparo:
1. Retirar a casca e a semente do sapoti e cortá-lo em pequenos pedaços;
2. Bater o sapoti no liquidificador, juntamente com as gemas e o óleo, até obter um creme;
3. Despejar o creme em uma vasilha e misturar o açúcar;
4. Peneirar a farinha de trigo e misturá-la ao creme de sapoti, aos poucos;
5. Misturar o fermento e a água e acrescentá-lo à massa;
6. Misturar as claras em neve e mexer suavemente;
7. Colocar a massa do bolo em uma fôrma com furo central untada com manteiga e polvilhada com farinha de trigo;
8. Levar ao forno preaquecido (200°C) por aproximadamente 50 minutos.
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